quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

ENCONTRO E CLARIDADE (Uma canção para o Natal)


 “Encontro e Claridade” é uma canção que faz parte do “Projeto 10 Encontros”.

Sua temática está relacionada com a contrastante Graça de Deus na vida do pecador e o grande encontro que o homem pode ter com o Seu criador. Um poema cheio de trocadilhos, paradoxos e complementos. Eis a vida e seus antagonismos. Eis o Divino, o único que pode completar nosso significado de existência. Que esta canção possa clarear os bons encontros.

Encontro e Claridade

"Todo encontro tem seus desencontros
Todo canto tem seu prumo e chão
Todo cantar tem pelo menos uma canção

Todo choro cessa com alegria
Toda tempestade precede a calmaria
Toda lareira aquece o frio
Todo coração preenchido foi vazio
Isso me faz lembrar do nosso encontro

Encontro de pecado e graça
Encontro de culpa e perdão
Encontro de morte e vida
Claridade na escuridão

Todo filho pródigo retorna à casa
Todo pescador já passou por temporais
Todo peregrino um dia solta o fardo pra nunca mais (nunca mais)

Todo vinho novo quer santa folia
Toda nostalgia é boa com celebração
Toda mesa farta chama o pobre
Todo pecador, na verdade, não merece o perdão
E eu me lembro do nosso encontro

Encontro de pecado e graça
Encontro de culpa e perdão
Encontro de morte e vida
Claridade na escuridão

Todo céu escuro viu passar a estrela
Toda a humanidade recebeu visitação
Uma jovem mãe sorri segura
Seguro está, enfim, tudo em Suas mãos
O Verbo feito em carne conjugou o nosso encontro

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Cena final do clipe é resultado de uma edição da animação "Set Your Eyes" de Jonathan e Emily Martin.

Música: Misael Antognoni
Letra: Misael Antognoni, Filipe Jonhne, Marco Telles e Vilma Leite
Vocal: Misael Antognoni, Marco Telles e Vilma Leite


Direção de vídeo: César Costa

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Misael Antognoni

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O SANTO E O MORALISTA

Há uma diferença muito grande entre preocupar-se com a lei e ser legalista. As escrituras aprovam -a preocupação movida pelo amor- com o cumprimento da vontade moral de Deus; e, ao mesmo tempo, condenam a obsessão neurótica com a lei, movida pelo medo. Qual a diferença entre ser santo e ser legalista?

1. O santo se relaciona com Deus em amor. O moralista procura cumprir a lei em temor servil.

2. O santo vive em liberdade sob o espírito da lei, e não no claustro do detalhismo ético. Ele vê a moral cristã à luz do conjunto mais amplo de preceitos morais e do seu escopo principal: a glória de Deus e a felicidade humana; em vez de vê-la sob as trevas da meticulosidade ética, capaz de conduzi-lo à negligência do propósito essencial da lei.

3. O santo submete sua vida ao que as Escrituras revelam. O legalista procura impressionar a Deus com tolices criadas pelo homem. Para o santo, boa obra é apenas aquela que é praticada em amor e sujeição a preceito ético claramente revelado.

4. O santo sabe que entrará no reino dos céus pelo sacrifício de um outro que foi espancado e morto em seu lugar. O moralista não consegue entender uma relação com Deus que não seja baseada em desempenho.

5. O santo cai e se levanta, confiando mais na misericórdia de Deus do que na sua inocência. O moralista só se perdoa depois de haver expiado pessoalmente a sua culpa.

6. O santo se relaciona com Deus através de Cristo. O moralista se relaciona com Deus através da lei.

7. O santo ficou viúvo da lei e casou com Cristo. O moralista mantém o matrimônio com a senhora lei.

8. O santo é cara de pau. Participa da festa do amor do Pai como se nada tivesse acontecido. O moralista recusa-se ir para o salão de festa sem antes passar pela senzala.

9. O santo usa as Escrituras para revelar o amor gracioso de Deus pelos pecadores. O moralista usa a Bíblia para justificar a sessão de apedrejamento do que pecou.

10. O santo surpreende-se com a doçura da graça de Deus. O moralista espanta-se com a estreiteza do caminho que leva ao céu.

11. O santo é bom e justo. O moralista costuma ser apenas justo. Em suma, o santo é justo, o legalista é justiceiro.

12. As crianças adoram a companhia do santo. O moralista as espanta.

13. O santo não se sente livre para ser mau porque Deus é bom. O moralista tende a ser tão mau quanto o seu Deus.

14. O santo tem sempre alguém na vida com quem pode falar sobre suas fragilidades morais. O moralista procura ocultá-las até de si mesmo.

15. O santo encontrou na vida um Deus amável a quem cultua em amor. O moralista encontrou na vida um justiceiro celestial a quem cultua de olhos secos.

16. O santo é progressista. O moralista é conservador. O santo conserva o que ainda é útil, santo e bom. O moralista conserva o que é relativo, temporal e anacrônico.

17. O santo celebra a vida. O moralista só se sente bem quando está mal.

18. O santo não busca uma santificação que o desnaturalize. O moralista tenta viver como anjo.

19. O santo surpreende-se com a condescendência divina face à sua fraqueza moral. O moralista não entende como não é mais abençoado face ao seu desempenho ético.

20. O santo se relaciona com Deus através de Cristo. O moralista se relaciona apenas com Deus. Por isso, o santo encontra o Pai, o moralista, o Diabo.

Por: Antônio Carlos Costa.

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Antonio Carolos Costa é pastor presbiteriano, escritor e presidente da ONG Rio de Paz.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Projeto Sola - musicalidade reformada de qualidade



OS 5 SOLAS


O que são os cinco solas? O que eles representam? Por que colocamos o nome do nosso trabalho de "Sola"? É realmente necessário falar sobre isso nos dias atuais ou estamos tratando apenas de uma maneira cool de voltar às origens da reforma através de uma linguagem retrô ou um modismo hipster?

Os cinco solas foi o meio que a igreja reformada encontrou para determinar suas bases. Com o estabelecimento dos cinco solas a reforma rompeu com a hierarquia católica romana, com as heresias daquela época, e fez um vibrante e robusto caminho de volta à ortodoxia bíblica. São cinco estacas bem firmadas da fé cristã, baseadas na história de Deus revelada a nós, que servem de farol até hoje para a Igreja Cristã como um todo. Sola, em latim, significa somente, apenas. Os solas são:

Sola fide – Somente a fé
Sola scriptura – Somente a escritura
Solus Christus – Somente Cristo
Sola gratia – Somente a graça
Soli Deo gloria – Somente a Deus a glória

Somente a Deus toda a glória, que nos traz a redenção pela da graça mediante a fé. Fé esta somente em Cristo Jesus, a expressão exata de Deus, Verbo Vivo feito em carne, revelado somente na Escritura que o próprio Deus nos deixou. Pelo Espírito podemos entender tudo isso, e como Filhos do Pai, somos incluídos em seu Reino de amor, que é hoje e para sempre.

O Projeto Sola procura se firmar nessa fé ortodoxa, cada vez mais antiga e ainda assim nova a cada manhã. Procuramos uma fé bíblica no Filho do Amor. Sabemos que Ele é infinitamente maior que nós, o Deus poderoso, capaz de nos livrar de nós mesmos para uma nova vida plena de alegria nEle. Cremos que Ele e tão somente Ele, nos trouxe a redenção, e assim temos a esperança viva, e em vida. Cremos nEle, estamos firmados nEle, e em Sua graça podemos sempre descansar.

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Autor: Guilherme Iamarino
Revisão: Lucas Freitas
Divulgação: Bereianos

Músicas que glorificam a Deus, são fieis às Escrituras e edificam a Igreja, nós recomendamos! O Projeto Sola é o encontro de dois Guilhermes (Guilherme Andrade e Guilherme Iamarino).

Veja abaixo o clipe da música Redenção:

Outra música, por sinal lindíssima, é Isaias 53: 

 Você pode baixar na íntegra e gratuitamente o EP Sola - Vol. 1, aqui! Siga o Projeto Sola no Facebook: ProjetoSola

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Fonte: Bereianos.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Combatendo o Legalismo com a Cruz - C. J. Mahaney

A doutrina da justificação deve ser constantemente reforçada e revisitada, como Martinho Lutero estava bem ciente. Seu duro conselho: “Bata com isso em suas cabeças de forma contínua.” Precisamos continuamente aplicar e valorizar a verdade da justificação em nossas vidas – diariamente. Se não o fizermos, vamos nos encontrar suscetíveis a um dos inimigos mais sutis e graves da Igreja: o legalismo.

 Legalismo envolve tentar ganhar aceitação de Deus através de nossa própria obediência. Nós temos somente duas opções: ou receber a justiça como um dom dado por Deus ou tentar gerar a nossa própria justiça. O legalismo é a tentativa de ser justificado através de alguma outra fonte que não seja Jesus Cristo e sua obra terminada.

Aderir ao legalismo é acreditar que a cruz era desnecessária ou insuficiente (Gl 2:21; 5:2). Se você tem sido legalista, essa é uma interpretação precisa da sua motivação e de suas ações, mesmo se você ainda concorda mentalmente com a necessidade do sacrifício de Cristo. Em nossa busca legítima por obediência e maturidade, o legalismo lentamente e sutilmente toma conta de nós, e nós começamos a substituir as nossas obras pelo trabalho acabado de Jesus. O resultado é ou arrogância ou condenação. Em vez de crescer na graça, abandonamos a graça. Essa foi a avaliação que Paulo fez da igreja da Galácia, quando escreveu: “Vocês que estão tentando ser justificado pela lei foram alienados de Cristo, vocês têm caído da graça” (Gl 5:4).

Se você já tentou viver dessa forma, você já deve ter aprendido que legalismo é tão fútil quanto frustrante. Toda tentativa legalista de se auto-justificar inevitavelmente termina em fracasso. No decurso dos anos, aprendi a reconhecer alguns sinais característicos da presença do legalismo. Aqui vão alguns deles:

• Você é mais consciente dos seus pecados do passsdo do que é consiente da pessoa e da obra acabada de Cristo.

• Você vive pensando, acreditando e sentindo que Deus está desapontado com você em vez de se alegrando em você.

• Você acha que a aceitação de Deus a você depende da sua obediência.

• Falta alegria em você. (Esse é geralmente um indicativo da presença do legalismo. Condenação é o que acontece quando pesamos nossa deficiência; Alegria é o que acontece quando consideramos a suficiência de Cristo.)

Você tem sido ludibriado pela súbita presença do legalismo? Se sim, cuidado. Ele tende a se espalhar em vez de permanecer restrito (Gl 5:9 diz: “Um pouco de fermento leveda toda a massa”). O legalismo deve ser removido.

A única forma eficaz de se desarraigar o legalismo é com a doutrina da justificação. Se você tem negligenciado ou ignorado essa doutrina, então tome alguma atitude drástica para mudar. Tire tempo dia-a-dia para revisar, reler e se alegrar nessa verdade maravilhosa e objetiva. Restrinja sua dieta espiritual ao estudo da justificação até que você tenha certeza da aceitação de Deus, segurança no seu amor e libertação do legalismo e da condenação.

A crucificação de Jesus Cristo foi o acontecimento mais decisivo da história. Sinclair Ferguson precisamente declarou o seguinte:
“A Cruz é o coração do evangelho. Ela faz o evangelho ser boa notícia: Cristo morreu por nós. Ele permaneceu no nosso lugar diante do juízo de Deus. Ele suportou os nossos pecados. Deus fez algo na Cruz que nunca poderíamos fazer por nós mesmos. [...] A razão por que nos falta segurança na sua graça é porque deixamos de focar o local onde ele no-la revelou”.
Onde você vai focar a sua atenção? Nos seus pecados do passado, no seu estado emocional atual, nas áreas de seu caráter em que você ainda precisa crescer? Ou você vai centrar-se na obra consumada de Cristo? O legalismo não precisa motivá-lo. Condenação não precisa atormentar você. Deus já justificou você.

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Fonte: Iprogido, via Blog Único Filho.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Borrifou com água, limpou a poeira e nos Amou

A Graça de Deus é próxima e pessoal. Foi por ela que Cristo nos alcançou. Esta incomensurável condição do Pai nos amar a ponto de abandonar a Sua glória e morrer em nosso lugar ainda é um dos mais absurdos atos que o ser humano pode contemplar em sua existência. Por isso o Evangelho é loucura para os homens. Nos debrucemos na certeza de que o Amor do Divino é antigo e imedível.

Pensando nesta Graça, trago uma passagem belíssima da obra do funileiro de Bedford, na Inglaterra, que há mais de 300 anos foi inquietado por Deus para escrever a célebre obra "O Peregrino", falo de John Bunyan.

O livro traz um personagem central que é “CRISTÃO”, um homem que vive uma peregrinação da terra para o céu, do pecado para a salvação, e está sujeito a lutas e armadilhas. Nesta trama, CRISTÃO se depara com inimigos (Legalidade, Hipocrisia), e também com amigos, dentre eles, a segunda pessoa do diálogo que iremos notar, o “INTÉRPRETE”, que o incentiva no progresso de sua caminhada.

Veja que magnífico diálogo abaixo e contemple um dos mais belos exemplos de amor, perdão e Graça:

"Então Intérprete o tomou pela mão e o levou para uma sala bem grande, cheia de poeira, pois jamais era varrida.

Depois de examiná-la, Intérprete mandou um homem varrê-la. Ora, começando ele a varrer, o pó a ergueu tão abundantemente que o Cristão quase sufocou. Disse então Intérprete a uma jovem que estava ali ao lado:
- Traga água e borrife um pouco na sala. Feito isso, a sala pôde ser varrida e limpa com prazer.

CRISTÃO: O que significa isso?


INTÉRPRETE: Esta sala é o coração do homem que jamais foi santificado pela doce graça do Evangelho. A poeira é seu pecado original e as corrupções mais íntimas que macularam todo o homem. Aquele que começou a varrer primeiro é a Lei, mas o que trouxe a água e a borrifou, é o Evangelho. Ora, você mesmo viu que assim que o homem começou a varrer, a poeira levantou, tornando impossível limpar a sala. Você quase sufocou. Isso foi para mostrar-lhe que a lei, em vez de limpar (pela sua ação) o coração do pecado, na verdade o faz reviver, o fortalece e o amplia na alma, ainda que o revele e proíba, pois não dá força para subjugar.

Depois – continuou ele – você viu a jovem borrifar a sala com água, podendo então limpá-la com prazer. Isso é para mostrar-lhe que, quando o Evangelho entra no coração com sua influência doce e inestimável, o pecado é conquistado e subjugado, da mesma forma como você viu a jovem fazer pousar a poeira borrifando o chão com água. A alma se faz limpa pela fé, preparando-se consequentemente para que o Rei da Glória e habite."
[O Peregrino, p.35-36]

Que nunca se esqueçamos dAquele que com a água borrifou a sala de nossa alma, nos limpou de toda sujeira do pecado e nos ensinou a Sua Maravilhosa Graça.

Sem a intervenção dEle em nossas vidas a sujeira de nossa alma nos faria perecer.

Somo gratos, Aba.

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Misael Antognoni, 
Editor do Candiêro Teológico.