quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A importância da Apologética Virtual e a Ortopraxia

Há quase um ano parei de escrever assiduamente na internet. Eu quis dar um tempo. Precisava gastar mais dias lendo do que produzindo. Necessitava corrigir alguns erros e redefinir a forma pela qual eu continuaria a usar as redes sociais e o meu blog.

Esta semana a luz do candiêro reacendeu. Fiz algumas reflexões no que diz respeito à importância de não atracarmos o “barco virtual” que navega nos oceanos do mundo e que é habitado por pecadores salvos pela graça. Relembrei que vivemos em tempos onde a guerra cultural impera nas redes sociais, onde se multiplicam os falsos evangelhos, mas também, onde muitas pessoas carentes da liberdade em Cristo continuam a procura de boias para dar significado as suas existências. E como bem disse um escritor português, “um povo que lê nunca será um povo escravo”, eis a importância de materiais cristãos na internet.

Eu poderia gastar letras enumerando os pontos negativos das redes sociais e internet, bem como dos comportamentos insalubres de muitos cristãos que fazem o mau uso dela (isto fica para uma outra oportunidade). Mas, resolvo essa questão reconhecendo que, de fato, esse é um tema merecedor de uma boa reflexão, bem como, fazendo uma paráfrase das palavras de John Piper quanto àqueles que deixam de viver a vida e o Evangelho por causa da internet e suas demandas:
“Eu não acho que o Senhor dirá a alguém no Dia do Julgamento: “eu nunca te conheci porque você usou mal as ‘redes sociais’. Mas ele pode dizer: “eu nunca te conheci, porque você amou mais ‘as redes sociais’ do que a mim”.
Neste pequeno texto, quero focar apenas na importância de continuarmos a produzir material cristão e apologético para a internet. Edmund Burke, um político Irlandês bem disse que “para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados”, portanto, lembremos que a igreja é coluna e baluarte da Verdade, como escreveu Paulo a Timóteo em 1Tm 3.15, por isso não podemos ignorar que os espaços virtuais ainda são uma plataforma importantíssima para a propagação da verdade a fim de libertar os homens da escravidão (Jo 8.32).

Neste árduo exercício de fazer apologética nas redes sociais, sites ou blog, a primeira coisa que não podemos esquecer é de nos reavaliarmos a fim de descobrir se não estamos sendo tentados a digitalização da piedade, a saber, que, não é a produção virtual que deve ter primazia sobre a nossa vida real cotidiana, e sim o contrário. Isto porque, observamos que, quando Paulo se valeu do meio escrito para pregar a palavra, exortar com toda a paciência e doutrina (2 Tm 4.2), bem como para combater heresias e erros doutrinários (como fez na carta aos Gálatas), o mesmo não fez de seus escritos algo estranho a si mesmo.

É interessante notar que Deus sempre usou a comunicação para edificar a igreja e libertar mentes cativas. Foi através da leitura que Agostinho, ao se deparar com os escritos de Lutero, despertou para a gratuidade da Graça. Não havia blogs ou redes sociais, o acesso a leitura não era para muitos, contudo não podemos esquecer da grande revolução que a imprensa causou naquela época. Martinho Lutero chegou a dizer que a “a maior graça de Deus na expansão do evangelho” foi a invenção da imprensa.

Ora, a internet não tem sido esse meio de graça? Ora, Deus não continua usando meios imperfeitos para a sua glória e a salvação dos homens? Fica-nos dois grandes desafios.

O primeiro é não fazer um paralelo entre a vida real e uma sociedade virtual, ou seja, entre uma teologia ideal e uma ortopraxia morta. Decerto, já existe um conceito de aldeia cristã global onde há grande interação entre jovens evangélicos do Brasil inteiro que se arriscam a escrever algum conteúdo teológico ou compartilhar materiais dessa categoria. Portanto, que cada frase ou hashtag seja um sinal de coerência quanto a vida piedosa de cada um.

Segundo, é continuarmos a produzir material apologético. Não podemos parar! “Ora, e Deus precisa ser defendido?”, talvez alguns indaguem isso. O missionário e amigo Leonardo Gonçalves respondeu a esta pergunta na obra Blogs Evangélicos - O impacto da vida cristã na internet, da seguinte maneira:

“(...) embora Deus não precise ser defendido, a fé cristã sim. E não foram os anjos que receberam a missão de preservar a mensagem incorruptível e transmiti-la a gerações futuras, e sim a igreja. Não podemos permitir que o Evangelho seja modificado, adulterado, nem aceitar uma mensagem diferente daquela contida nas Escrituras (Gl 1.8). (...) A fé cristã precisa ser defendida dos ataques das seitas, dos movimentos contraditórios e das heresias destruidoras que infestam o nosso país de norte a sul”.

Assim como aconteceu com a chegada da imprensa no século XIV, o rádio e a televisão, a internet tem sido um reduto cultural que vem transformando comportamentos e mentes. Façamos a nossa parte. O Evangelho é contra-cultura! Vivamos e não nos cansemos de pregar o Evangelho e defender a Fé!

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Misael Antognoni

Referência: Blogs Evangélicos - O impacto da vida cristã na internet.

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